
Como nasceu o Romantismo?
Revolução industrial: contexto social
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos
sistemas de produção: invenções de máquinas, passagem da manufatura para a
maquinofatura. A precária vida nas fábricas que deu origem aos sindicatos.
Na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada. Tudo mudou com a RI:
a burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada,
buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Apontamos, ainda, o
crescimento populacional, com demanda maior de bens e serviços.
Métodos mais eficientes de produção. Produção em tempo menor e, portanto, barateamento
dos preços e aumento do consumo. Por outro lado, aumentou também o número de
desempregados. As máquinas substituem aos poucos, a mãodeobra humana. A poluição
ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das
cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.
O desemprego, até hoje, é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar
empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos
repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas
procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais
criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos
para a população.



Contexto Filosófico
Iluminismo: as idéias das luzes, difundidas pelos intelectuais e pensadores dos séculos XVII
e XVIII, tais como John Locke, Montesquieu,Voltaire, Diderot, D'Holbach, D'Alembert, J.J.
Rousseau, Condorcet e o filósofo Emanuel Kant, em geral, asseguravam ser o homem
vocacionado ao progresso e ao autoaperfeiçoamento ético. Para eles a ordem social não é
divina, e sim construída pelos próprios homens, portanto sujeita a modificações, e a
alterações substanciais. Era possível, portanto, segundo a maioria dos iluministas, por meio
de um conjunto de reformas sóciopolíticas, melhorar a situação jurídica e material de todos.
O poder político, além de emanar do povo e em seu nome exercido, deveria, seguindose a
sugestão de Locke e reafirmada por Montesquieu, ser submetido ou sua consagração pelo
vontade popular; a separação do Estado da Igreja, a proclamação do a uma divisão
harmônica, para evitar a tentação do despotismo. Cada um desses poderes o executivo, o
legislativo e o judiciário é autônomo e respeitador da independência dos demais. As
prerrogativas individuais, em grande parte, extraídas dos direitos naturais, não só devem ser
respeitadas pelos governantes como garantidas por eles.



Sempre quando vejo esse quadro eu me lembro de viva la vida
A Revolução Francesa: contexto social
A Revolução Francesa de 1789 é considerada o acontecimento político e social mais
importante e significativo da história contemporânea. Foi o maior levante de massas até então
conhecido que fez por encerrar a sociedade feudal, abrindo caminho para a modernidade.
É o princípio de uma nova era, onde não se aceita mais a dominação da nobreza, nem um
sistema de privilégios baseado nos critérios de casta, determinados pelo nascimento.
Admitese, somente, um governo legitimado constitucionalmente, submetido ao controle do
povo por meio de eleições periódicas. O lema da revolução, "Liberdade, Igualdade,
Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité) universalizouse, tornandose no transcorrer do
século seguinte uma bandeira da humanidade inteira.
O programa da revolução
A Revolução de 1789 é o princípio da era moderna. Nela tudo teve seu início: o Estado
secular, a participação popular pelo voto, a instrução pública, estatal e gratuita, o serviço
militar generalizado, os direitos da cidadania, o sistema de pesos e medidas, a igualdade dos
filhos perante a herança e a igualdade de todos perante a lei, o divórcio, a abolição das
torturas e dos castigos físicos, acompanhado do abrandamento das leis penais, os primórdios
da emancipação feminina levada a diante por Théroigne de Méricourt, a extensão da
cidadania aos judeus, a condenação da escravidão e a imorredoura idéia de que devemos
viver em liberdade, igualdade e fraternidade.



Contexto Histórico do Romantismo e estilo:
O Romantismo está ligado a dois acontecimentos: a Revolução Francesa e a Revolução
Industrial, responsáveis pela formação da sociedade burguesa. Depois da revolução francesa
(17871789), seguiuse uma época de rápidas e profundas mudanças no mundo europeu.A
sociedade se tornou muito mais complexa.
No romance Werther, de Goethe, Alemanha 1774, estabeleceu as bases do sentimentalismo
romântico e do escapismo pelo suicídio.
O Romantismo na Inglaterra: a poesia ultraromântica de Lord Byron se manifesta nos
primeiros anos do século XIX, Também para o romance histórico Ivanhoé, de Walter Scott.
Na Europa figuram entre as primeiras obras do início da revolução romântica os livros
Manon Lescaut 1731, de abade Prévost, e a história de Tom Jones, de Henry Fielding
1749.
O romance vem das composições populares e folclore escrito em latim vulgar, em prosa ou
em verso e que relatavam fantasias e aventuras. Tomou o sentido atual no século XVIII, após
passar pelas formas de "romance de cavalaria, romance sentimental, romance pastoral", na
Europa.
No início, todos os movimentos em oposição ao clássico eram considerados românticos.
Dessa maneira, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade Média,
quando surge a burguesia.
Com a valorização do folclore e do nacional, a arte, de caráter erudita e nobre, extrapola as
barreiras impostas pela Corte e ganha o povo. Tornandose acessível a todos, não só a Corte
que financiavam sua produção. O aspecto formal da prosa é deixado de lado e a poesia caracterizase pela liberdade dos
versos livres, sem métrica e sem estrofe, brancos e sem rima contrariando o classicismo.
No Romantismo temos, diferente do classicismo: Liberdade de formas, tanto na prosa como
no verso; individualismo e o subjetivismo, contrapondose a impessoalidade e objetividade
clássicas; o advento do cristianismo, contrário ao paganismo clássico, imaginação versus
Inteligência; sensibilidade versus razão; folclore versus erudição; liberdade versus disciplina;
imagem sentimental e subjetiva do homem e da mulher; versos livres e brancos contrários ao
perfeccionismo da forma clássica.
O nacionalismo surge com os românticos que incentivam a exaltação da natureza pátria, o
retorno ao passado histórico e a criação do herói nacional. Enquanto na Europa os heróis
nacionais são belos e valentes cavaleiros medievais, na brasileira, por exemplo, são os índios,
igualmente belos, valentes e civilizados.
Exaltação da natureza, vista como extensão da pátria ou refúgio fora dos centros urbanos.
Ganhando contorno do prolongamento dos escritores, poetas e de seu estado emocional.
O sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o subjetivismo e egocentrismo
estão entre as marcas principais do Romantismo. Os poetas, assim, se colocavam como centro
do universo.
A frustração e o tédio são produzidos no universo particular do poeta que sente a derrota do
ego. As expressões frustradas da realidade por meio do abuso de álcool e ópio, a idealização
da mulher, da sociedade e do amor, bem como a saudade da infância e a busca constante por
prostíbulos são características particulares do movimento romântico.
A BELEZA
E os frutos foram doces...
Oh Beleza! Oh potência invencível,
Que na terra despótica imperas;
Se vibras teus olhos
Quais duas estrelas,
Quem resiste a teu fogo terrível?
Oh Beleza! Oh celeste harmonia,
Doce aroma, que as almas fascina;
Se exalas suave
Tua voz divina,
Tudo, tudo a teus pés se extasia
(...)
Teu poder, teus encantos entoa,
Oh Beleza, meus dias bafeja,
Em teu fogo minha alma devora;
Verás de que modo
Meu peito te adora.
Gonçalves de Magalhães
Primeira geração do Romantismo
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
[...]
Lembranças de morrer
Álvares de Azevedo
Segunda geração do romantismo
O povo ao poder
QUANDO nas praças s’eleva
Do povo a sublime voz…
Um raio ilumina a treva
O Cristo assombra o algoz…
Que o gigante da calçada
Com pé sobre a barricada
Desgrenhado, enorme, e nu,
Em Roma é Catão ou Mário,
É Jesus sobre o Calvário,
É Garibaldi ou Kossuth.
A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor.
Senhor!… pois quereis a praça?
Desgraçada a populaça
Só tem a rua de seu…
Ninguém vos rouba os castelos
Tendes palácios tão belos…
Deixai a terra ao Anteu.